segunda-feira, 30 de julho de 2012

O homem que se libertou



                Antes vivia a cantar dentro de sua gaiola de ouro. Via o mar – gigante e encantador – e sentia que sua alma era destinada a voar.
                Os avisos de perigo sumiam diante da imensidão amarela do Sol. O medo que antes tinha já era poeira estrelar. Sentiu-se parte do universo e tentou voar. 
                Agora com os pés na grama, descalço, resolveu andar. Largou pra lá quilo que chamavam de sociedade e foi buscar.
                Na busca achou respostas que o vento sussurrou, viu que comprava o receio, que alimentava a angústia e que vivia para ter medo de morrer.
                Então despiu-se do apego, sendo ele parte e não possuidor desse mundo milenar.
                 Sentiu o aperto que em sua gaiola sentira.
                No alto da montanha, banhado pela luz que para tantos era motivo de despertar, fechou os olhos e disse para o universo: Agora, por fim, minha alma se libertará! E se atirou para a morte buscando a vida encontrar.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Libertate



Cinza, rotina, pertubação
Não irei mais sentir
Cor... é cor que eu quero na composição
Das horas soltas dos dias que deixei ir
As palavras nos muros não oprimem mais
Agora vou pintar
Uma flor em cada insulto a mais
Que o lado de fora falar
Vou voar com o vento
Vestir os minutos
Vou dançar e aproveitar um momento
Com os pés descalços insulto
Essa cerca que prende suas ideias
Que não te deixa voar comigo
Esqueça isso de sorrir com a plateia
E vamos atuar nas nossas vidas, meu amigo.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Pedido à Natureza.

Eu odeio voltar a escrever coisas sem ânimo, sem vontade... Queria ser uma pessoa feliz, alegre, pra cima, afinal, tenho todos os motivos para isso. Mas eu, simplesmente, não consigo.
Às vezes eu até finjo bem, sorrio o dia todo. Mas... ah. Isso custa tanto.
Eu vejo as pessoas, às vezes pra baixo, às vezes como se o Sol só brilhasse para alegrá-las. Não é possível, existe algum problema comigo. Ora, vida, eu, cérebro, alma, o que for, deixe-me ser feliz! Pare de me massacrar com pensamentos pessimista, destrutivos e pesados. Pare de me lembrar a cada segundo meus defeitos, colocando-os em lente de aumento para me derrubar mais e mais. Pare de me fazer me importar demais com os outros, de fazer da opinião de qualquer um verdade absoluta. Me faça aproveitar os dias, as horas, os meus motivos de alegria, existem tantos que realmente não os têm e vivem à mercê da própria imaginação para se manterem de pé.
Eu sou ingrata, eu sei. Ingrata demais com minha vida. Eu sei que ela é ótima. Só não consigo me aproveitar disso.
Meus sonhos, pouco a pouco me deixam e vão para o terreno sombrio do impossível e eu vou ficando sozinha aqui na vida real. Talvez... devo eu ir para esse terreno cavernoso do desconhecido também? Seguir esses malditos propósitos e desejos que me deixaram de lado?
Eu peço à natureza que me inspire, ao vento que me acalme, ao Sol que me dê força, as flores que me façam sorrir, aos pássaros que me guiem e que a areia me faça sentir a vida passando e sendo deixada para trás.

sábado, 17 de março de 2012

Alma de criança

Hoje eu percebi que sempre falei de começos e recomeços.
Agora mesmo, recomeço a escrever aqui.
Mas esse ano, esse meu momento, quase um ano depois do último post, é totalmente diferente. Estou vivendo a fase dos "finais".
Último ano escola, último ano como menor de idade, último ano dentro do meu mundo já tão conhecido.
Isso tudo me fez ver que eu temo muito mais o "felizes para sempre" do que o "era uma vez".
Pensar em tudo isso me amedronta... afinal, está chegando o tempo em que toda a minha independência será posta à prova.
Amadureci, sei que sim, mas não sei se foi o suficiente.
O pior de tudo é que esse final é só o começo das batalhas, das lutas árduas, do viver para sobreviver à esse mundo esmagador de sonhos, tentando sempre manter acesa a chama dos meus.
Quero crescer, ser quem eu devo ser, a adulta responsável que todos esperam que eu seja. Mas o que eu não quero, em hipótese nenhuma, é perder esse jeito de ser sempre feliz independentemente do que me aconteça. Não quero perder esse meu jeito destrambelhado de sair dançando pela casa derrubando todos os objetos por perto. Não quero que o "mundo adulto" consuma minha alma de criança.