segunda-feira, 30 de julho de 2012

O homem que se libertou



                Antes vivia a cantar dentro de sua gaiola de ouro. Via o mar – gigante e encantador – e sentia que sua alma era destinada a voar.
                Os avisos de perigo sumiam diante da imensidão amarela do Sol. O medo que antes tinha já era poeira estrelar. Sentiu-se parte do universo e tentou voar. 
                Agora com os pés na grama, descalço, resolveu andar. Largou pra lá quilo que chamavam de sociedade e foi buscar.
                Na busca achou respostas que o vento sussurrou, viu que comprava o receio, que alimentava a angústia e que vivia para ter medo de morrer.
                Então despiu-se do apego, sendo ele parte e não possuidor desse mundo milenar.
                 Sentiu o aperto que em sua gaiola sentira.
                No alto da montanha, banhado pela luz que para tantos era motivo de despertar, fechou os olhos e disse para o universo: Agora, por fim, minha alma se libertará! E se atirou para a morte buscando a vida encontrar.

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